sexta-feira, 19 de março de 2010

As pulseiras do sexo e os trouxas

O Paraná era um estado pujante com seus dez milhões de habitantes em
junho deste ano. Mas a visão árida de hoje, com poucos sobreviventes, é o
reflexo do descaso dos governantes. Algumas iniciativas mais
contundentes teriam, certamente, evitado que mais de dois terços da
população viessem a morrer nos meses de inverno que se seguiram. Tudo
por causa da Gripe A.
Os mais descrentes haviam alertado: milhares
morriam todos os dias, contrariando os números divulgados pela contagem
oficial. A verdade, afinal, circulava pelos e-mails. O resultado, agora,
é irreversível. Morreram quase todos. E a histeria pouco adiantou para
mudar o quadro. Se você, caro leitor, está lendo este texto levante as
mãos para os céus, pois se trata de um milagre.
Claro que o texto
acima é uma infame piada com os proclamadores do apocalipse. Aquele
pessoal que lê e-mail falso e sai cantando como verdade por aí. Os
mesmos que acreditaram, por um minuto, que a metade de Curitiba era
formada por médicos contratados pelo HC. Os mesmos que se tivessem
nascido em forma de bisão cairiam de penhascos para seguir a manada.
Enfim, ingênuos ignorantes.
Agora a nova onda é uma tal de
pulseira do sexo. Seria um jogo em que cada criança ou adolescente
estaria participando ao colocar pulseirinhas coloridas nos braços.
Infestou as caixas de e-mail. E apenas uma perguntinha ficou no ar: qual
a fonte? Ninguém até agora conseguiu saber se realmente o tal jogo um
dia sequer existiu. A única fonte: a internet. Por favor, me
poupem.
É mais um caso onde todos recebem um e-mail e saem
gritando por aí. Ou você acha que realmente seu filho virou um depravado
a fim fazer sexo com qualquer um, independente da idade, da noite para o
dia? O problema não está no boato, sim, boato, das pulseiras, está é na
cabeça desses pais.
Vamos ser sinceros, estas malditas pulseiras
existem desde os tempos do Ari Pistola. Quando eu era um pequeno Ewandro
já era mania o uso de pulseiras coloridas. Vinham em balas. Todas as
meninas usavam. Então podemos concluir que ou esse jogo é um boato ou eu
fui o maior loser do meu colégio, pois desconhecia a brincanagem.
Fiz
uma tarefinha básica. Liguei para a Delegacia do Adolescente de
Londrina, uma cidade com mais de 500 mil habitantes, e perguntei se
havia chegado alguma denúncia de abuso envolvendo menores com tais
pulseiras. Nada. Nem sequer sabiam da existência de tal acessório.
Considero minha amostragem muito mais válida que um boato de internet.
Façam
um favor aos seus filhos e deixem de ler qualquer besteira que chega
pelo e-mail.


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