quinta-feira, 25 de março de 2010

Copom diz que tarifas de telefonia e de eletricidade podem subir

Apesar de ter mantido o juro básico da economia brasileira em 8,75% ao ano na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirma na ata da reunião divulgada nesta quinta-feira (25) que a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – indicador oficial de inflação usado pelo governo federal – vai ficar acima da expectativa de 4,5% em 2010. Ou seja, a inflação está ganhando força. Além disso, o Comitê acredita que os preços da gasolina e do botijão de gás devem se manter estáveis, mas as tarifas de telefonia fixa e de eletricidade podem subir 1,6% e 3,3% respectivamente.

O BC leva em conta a hipótese de manutenção do câmbio em R$ 1,80 e da taxa Selic em 8,75% na projeção. Com essas condições, a expectativa do BC para a inflação em 2011 "se elevou em relação ao valor considerado na reunião de janeiro, e se encontra acima do valor central da meta".

No cenário de mercado que leva em conta as previsões para o câmbio e juros feitas por analistas (Boletim Focus), a projeção de inflação para 2010 foi elevada, explica o BC, e agora também se encontra acima do valor central da meta para a inflação. Para 2011, a expectativa "se elevou, no entanto se posiciona ao redor do valor central da meta".
Estímulos

A ata da reunião de março do Copom destaca ainda que o resultado dos estímulos econômicos aplicados durante a crise financeira "serão parte importante" das próximas decisões sobre o rumo do juro básico da economia brasileira.
- Os efeitos desses estímulos serão parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária, que devem assegurar a manutenção da convergência da inflação para a trajetória de metas em 2010 e 2011, serão tomadas.
Os membros do Comitê lembram que foram aplicados "importantes estímulos fiscais e creditícios" na economia brasileira nos últimos trimestres e que esses fatores "deverão contribuir para a consolidação da retomada da atividade e, consequentemente, para a redução de qualquer margem residual de ociosidade dos fatores produtivos".

Ainda entre os fatores que incentivam a demanda, os diretores do BC afirmam:

- Depois de breve contração, a demanda doméstica se recuperou, em grande parte graças aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a retomada do crédito.

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