quinta-feira, 8 de abril de 2010

EUA e Rússia inauguram nova fase em questão nuclear e mandam recado ao Irã

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram nesta quinta-feira (8) o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), traçando um novo marco histórico entre as relações dos países, e também mostraram união quanto às sanções ao Irã.
Após a assinatura e discursos, Obama chegou a ser interrogado por um jornalista se o tratado enterra de vez a Guerra Fria (1945-1989) – período marcado por tensões e ameaças, especialmente de um possível ataque nuclear, entre os EUA e a antiga União Soviética, e o presidente afirmou:
- Com este tratado e outras ações estamos caminhando para apagar os tempos da Guerra Fria.
A assinatura do tratado ocorre em Praga, na República Tcheca, área que viveu sob a influência soviética. E, mais do que o tratado, EUA e Rússia se mostraram unidos em relação ao Tratado de Não Proliferação Nuclear e, principalmente, quanto ao Irã, em um passo que aproxima a posição russa do bloco europeu ocidental.
A reunião de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear ocorre no próximo mês e o presidente russo foi claro ao dizer que, quem não entrar no acordo deve ficar isolado.

Obama voltou a mostra um certo tom idealista no discurso, mas com uma frase que também deixa dúvidas de que pede adequação às regras:
- Este dia demonstra que as duas nações que têm mais de 90% das armas nucleares do mundo assumiram o compromisso de, no futuro, acabar com as bombas atômicas, e isso deve ser um marco para o mundo.
O tratado Start é visto como a maior vitória na política externa de Obama, com um tema que também toma parte de sua agenda doméstica, com o lançamento das novas diretrizes nucleares para o plano de defesa americano. Na próxima semana, o país abriga a Conferência de Segurança Nuclear, que deve voltar a tratar do assunto com líderes de 47 nações, incluindo o Brasil.
Já em relação à discussão de sanções contra o Irã, a clareza do russo surpreendeu até mesmo os comentaristas da rede de TV CNN. Medvedev afirmou:
- Temos de aproveitar estar discussão no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e as sanções por si não são interessantes, mas sanções inteligentes, que evitem uma catástrofe para o povo iraniano, devem ser discutidas.
Obama ressaltou que, mesmo que não usem, os países não podem ter direitos a tais armas, já que o arsenal nuclear pode ser um meio de chantagem em relação a seus vizinhos.
O presidente americano também comentou o caso iraniano. Para Obama, a ameaça nuclear é um problema do mundo todo, e não apenas dos dois ex-inimigos da Guerra Fria:
- Armas nucleares não são um assunto apenas dos Estados Unidos e da Rússia, elas são um problema do mundo todo. É por isso que vamos pressionar a ONU a aplicar novas sanções ao Irã, que se nega a seguir as diretrizes do TNP. O Irã deve sofrer consequências.
Ainda hoje, longe dali, de Praga, o governo chinês confirmou sua participação em um encontro com os outros membros que têm assento permanente no Conselho de Segurança da ONU – França, Reino Unido, EUA e Rússia -, além da Alemanha, para discutir a questão iraniana.

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