
Para o advogado de defesa, a perícia feita na cena do crime pelo IC (Instituto de Criminalística) foi falha e a investigação da polícia é questionável. Podval também tentou sensibilizar os jurados, pedindo a eles que refletissem sobre a decisão tomada, pois o casal tem outros dois filhos pequenos para criar.
Já para o promotor Cembranelli, as provas colhidas pela perícia técnica são inquestionáveis e mostram que Ana Jatobá e Alexandre Nardoni são os responsáveis pela morte de Isabella.
Na madrugada deste sábado (27), o juiz Maurício Fossen anunciou a decisão dos jurados, considerando o casal culpado pela morte de Isabella. O pai foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão, enquanto a madrasta recebeu pena de 26 anos e oito meses de reclusão.
Confira abaixo os principais argumentos da defesa e da acusação do caso a respeito das provas colhidas pela perícia na cena do crime e que foram cruciais para a condenação do casal.
Reagente
Defesa – O advogado Roberto Podval afirmou que o produto utilizado pela perícia técnica para identificar marcas de sangue na cena do crime poderia reagir com outras substâncias, como as que são encontradas em legumes.
Acusação – A perita responsável pela perícia do caso Isabella, Rosângela Monteiro, rebateu dizendo que o reagente usado, Blue Star, apenas indica que uma mancha pode ser de sangue. O promotor Franscisco Cembranelli citou o Hexagon Obit, reagente usado pela Scotland Yard e pelo FBI, escritórios de serviço secreto da Inglaterra e dos Estados Unidos, respectivamente.
Roupas dos réus
Defesa – O advogado do casal Nardoni quis saber o porquê da ausência de sangue nas roupas dos réus, se a menina Isabella estava sangrando. Podval também questionou porque uma mancha de sangue na parede do apartamento da família e as unhas do casal do Nardoni não foram periciadas.
Acusação – Para Cembranelli, não há falhas na investigação.
Horários dos telefonemas após o crime
Defesa – Roberto Podval sugeriu que os jurados fossem ao edifício London para uma nova cronometragem do tempo que o elevador leva para ir do subsolo ao sexto andar, onde morava o casal Nardoni. Segundo o advogado, o tempo não iria “bater” com o que foi apontado pela perícia.
Acusação – Segundo Cembranelli, a diferença entre a primeira comunicação para a polícia e o telefonema feito de dentro do apartamento é de 30 segundos, tempo que comprovaria que havia alguém dentro do local instantes após a queda da garota.
Fio de cabelo e marca de sangue na parede
Defesa – O advogado dos réus citou que no saco onde estava guardada a rede de proteção da janela por onde Isabella foi jogada havia um fio de cabelo que não foi periciado.
Acusação – Promotor ressaltou a qualidade da perícia criminal no caso Isabella e citou o seriado norte-americano CSI, exibido pela Rede Record, que aborda o dia a dia de peritos que usam técnicas avançadas para solucionar crimes.
Marcas de sangue foram do apartamento
Defesa - Isabela foi ferida dentro do apartamento após o pai descer até a garagem para buscar os outros dois filhos.
Acusação - Gota de sangue do lado de fora do apartamento indica que Isabella já estava ferida antes de entrar no local.
Cena do crime
Defesa – Para Podval, cena do crime não foi preservada como deveria ter sido.
Acusação – Perita Rosângela Monteiro disse que a cena do crime do caso Isabella foi uma das cenas mais preservadas em que já atuou.
Terceira Pessoa na cena do crime
Defesa – Podval argumentou sobre a hipótese de que uma pessoa tenha entrado no apartamento do casal enquanto Alexandre Nardoni buscava os filhos na garagem do edifício, mas disse não ter pistas do suspeito.
Acusação – Promotoria descarta por completo esta versão.
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